terça-feira, 27 de abril de 2010

A Hegemonia Americana

Após a vitória da Segunda Guerra Mundial, os EUA ganharam de imediato protagonismo à escala global através do Plano Marshall e da capacidade de resposta e apoio à reconstrução da Europa e do Japão, para além da sua firme oposição à erecção do Bloco de Leste pró-soviético. Depois da criação da NATO ou OTAN e do seu importante papel no quadro da ONU, os EUA reforçaram a sua política de intervenção externa em conflitos regionais sempre em vista do afastamento de potenciais regimes comunistas pró-soviéticos.
A hegemonia americana cimentou-se em grande escala no período decorrido entre a vitória dos Aliados em 1944 e a sua derrota no Vietname, em 1975, passando pela retirada da Coreia em 1953, pela humilhação da Baía dos Porcos (Cuba, 1961) e pela imolação da nação nos arrozais e florestas do Vietname até 1973. Depois veio a travessia do deserto e a partilha da supremacia económica com o Japão e a CEE, com os reveses do Líbano e do Irão, os problemas na América Central e a eterna luta com a União Soviética pelo domínio balístico intercontinental e do armamento nuclear.

Tudo começou com o poder económico americano nos anos 50 do século XX, quando os EUA eram responsáveis por mais de metade do produto interno bruto mundial (actualmente 21%), por 60% da produção industrial (actualmente 25%), entre outros indicadores de clara supremacia material, ontem como hoje.
No entanto, como se viu, e depois dos amargos anos 70 e 80 da economia americana, apesar da recuperação de finais dos 80, a hegemonia económica dos EUA não é o que já foi. Daí a procura da supremacia militar como forma de recuperar a hegemonia económica, numa nação que desde os anos 60 passou a ser também devedora, com défices e inflação por vezes assinaláveis, além de dependência energética e mineral. O carácter multinacional da economia americana depende do establishment militar do país, que lhe serve de apoio, bem como suporte de alianças estratégicas e canais de comércio abertos e seguros.
O fim da União Soviética em 1991 levou os EUA para a condição de única superpotência mundial, o que os levou a alterar a sua posição no mundo, a sua atitude política externa e a sua margem de intervenção, numa lógica de expansão que parece que só poderá conhecer rival à altura na emergente China. Mas o fim da URSS acabou com a razão de existir da NATO, cujo objectivo principal era a luta contra a URSS.



Nesta imagem podemos observar a reconstrução de edifícios em Berlim com o financiamento do Plano Marshall.



Cartaz publicitário do Plano de Marshall. O Plano Marshall põe a Europa a «navegar».