terça-feira, 27 de abril de 2010

O antagonismo dos grandes blocos- a «Guerra Fria»

Durante a 2ª Guerra Mundial, os EUA e a URSS uniram-se para vencer os nazis, mas logo que este objectivo foi alcançado, desentenderam-se, acusando-se mutuamente de pretensões expansionistas das desconfianças começaram a notar-se logo nas conferências de Ialta e Potsdam. Segundo alguns autores, o bombardeamento atómico sobre o Japão terá sido uma jogada de antecipação dos americanos sobre os soviéticos para limitar a sua influência naquela zona da Ásia.
Nos anos que se seguiram à Guerra, os objectivos económicos, políticos e militares das duas superpotências levaram à divisão da Europa e do Mundo em duas zonas de influência política e económica. De um lado, os Estados Unidos, com um regime democrático e parlamentar assente na livre concorrência e na sociedade de consumo, e do outro lado, a URSS, com um regime comunista e uma economia planificada pelo Estado.
Cada uma destas superpotências procurou expandir o seu modelo, fazendo com que a luta por zonas de influência conduzisse a desconfianças (as desconfianças levaram à vigilância dos movimentos do inimigo através da espionagem e da contra-espionagem. Para esse efeito foi criada a CIA (EUA) e o KGB (URSS) e ameaças mutuas. A guerra era esperada e temida, mas porque nunca chegou a rebentar ficou conhecida por «Guerra Fria».
Com isto a paz esteve ameaçada várias vezes:

- Em 1948-49, a ajuda dos EUA à cidade de Berlim, que se encontrava dividida em quatro sectores, levou Estaline a bloquear o acesso ao Ocidente, provocando o conflito que ficou conhecido como Bloqueio de Berlim. O facto de os Aliados terem conseguido ultrapassar este bloqueio, abastecendo a população por via aérea, levou Estaline a desistir. Daí resultou a divisão da Alemanha em duas zonas: Ocidental (República Federal Alemã administrada pela Inglaterra, França e EUA) e a Oriental (República Democrática Alemã sob o domínio da URSS).
Com isto, em 1961 foi construído o Muro de Berlim, isto é, uma barreira que dividia a cidade em dois sectores, o ocidental e o oriental;
- As guerras da Coreia (1950) e da Indochina (1954);
- A crise de Cuba, em 1962.

Este clima de tensão, conduziu a uma corrida ao armamento nuclear e á formação de duas alianças defensivas: a NATO (OTAN), no bloco ocidental (1949) e o Pacto de Varsóvia, no bloco socialista (1955).
O primeiro episódio desta «Guerra Fria» surgiu na sequência do Plano Marshall: os países comunistas viram nele um instrumento dos americanos para aumentarem a sua influência e, em alternativa, criaram o COMECON. A Europa assistia assim a um completo voltar de costas dos dois blocos (bipolarismo).
Em 1949, a URSS fez explodir a sua primeira bomba atómica e em 1952-53, ambas as superpotências passaram a dispor da bomba de hidrogénio. O Mundo ganhava uma nova forma de equilíbrio: o «equilíbrio pelo terror», nenhuma das partes avançava pois tinham a noção das consequências, assim a Guerra Fria caracterizou-se por uma política de dissuasão.
Após a morte de Estaline, em 1953, verificou-se um certo desanuviamento nas relações internacionais iniciando-se um período marcado pela «coexistência pacifica», os dois blocos concordaram em não participar em conflitos regionais nas áreas sob a sua influência e em iniciar o desarmamento.





Soldados de Berlim Oriental (RDA) constroem o Muro de Berlim. Este muro foi iniciado em 1961, era composto por 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes electrificadas e 255 pistas de corrida para cães de guarda.
80 pessoas identifiadas morreram, 112 ficaram feridas e milhares foram presas quando tentaram atravessá-lo.